Em coletiva de imprensa, TRE-SC apresenta informações sobre as Eleições 2026
Temas voltados aos eleitores e à organização do Pleito foram apresentados nesta quarta (1º)

O Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) realizou a coletiva de imprensa intitulada “A um ano das Eleições” nesta quarta-feira (1º). Com objetivo de repassar informações fundamentais sobre a organização do pleito de 2026 e sugerir temas importantes voltados aos eleitores, a Justiça Eleitoral reuniu a imprensa catarinense na sala de Sessões do Regional e via transmissão no canal oficial do TRE-SC no YouTube.
Ao longo de 45 minutos o presidente do Regional, desembargador Carlos Alberto Civinski, o corregedor regional eleitoral e vice-presidente, desembargador Carlos Roberto da Silva, e o diretor-geral do TRE-SC, Gonsalo Agostini Ribeiro, se dividiram para apresentar o cenário do processo eleitoral de 2026, o contexto específico de Santa Catarina e principais temas de interesse público e que podem, desde já, serem abordados pela imprensa.
Aumento populacional de SC e o impacto na Justiça Eleitoral
O presidente do TRE-SC, desembargador Carlos Alberto Civinski, destacou que SC possui um eleitorado de 5 milhões e 500 mil pessoas aptas a votar. Além disso, o aumento de habitantes no estado que, em 2025, chega a quase 8 milhões e 200 mil pessoas, configura o primeiro desafio para 2026.
“O aumento exponencial de habitantes em Santa Catarina terá repercussão direta sobre o eleitorado e os trabalhos da Justiça Eleitoral. Nosso desafio é antecipar a transferência de domicílio eleitoral deste contingente, a fim de que não ocorram filas no fechamento do cadastro eleitoral, previsto para 6 de maio de 2026”, explicou o presidente do TRE-SC.
O mesmo ponto foi reforçado pelo corregedor regional eleitoral e vice-presidente do Regional, desembargador Carlos Roberto da Silva. “Muitas pessoas vindas de diversas partes do país estão se estabelecendo de maneira definitiva no estado, mas não estão buscando a transferência de seus títulos eleitorais. Assim, considerando a diferença entre habitantes e eleitorado, Santa Catarina poderia receber, em tese, até 1 milhão e 100 mil novos eleitores para votar em 2026”, apontou.
Os dados estatísticos apresentados, tanto pelo presidente, quanto pelo corregedor regional eleitoral do TRE-SC, apontam a possibilidade de um crescimento de até 20% do eleitorado em SC. Esse cenário já instiga ações específicas do Regional, como atendimentos em municípios ou bairros distantes dos cartórios eleitorais, pelo programa “Justiça Eleitoral em movimento”, além da busca do eleitorado pelos serviços digitais disponíveis no site do TRE-SC.
“Todas as pessoas que já possuem a biometria coletada podem alterar o cadastro de forma online e precisamos do apoio da imprensa para informar o eleitorado sobre esta praticidade, buscando sensibilizar também sobre a importância do processo democrático e da participação de cada um”, reforçou o desembargador Carlos Roberto da Silva.
Complementando o cenário, o diretor-geral do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), Gonsalo Agostini Ribeiro, destacou a tecnologia presente para o voto. “Hoje, 87,94% do nosso eleitorado já tem a biometria cadastrada, um avanço crucial para a segurança e identificação. Em 2024, para garantir a lisura e agilidade, utilizamos 18.599 urnas eletrônicas”, explicou.
Especificidades das Eleições 2026 e desafios logísticos
Outro fator atrelado ao aumento do eleitorado é a logística do processo eleitoral, como o planejamento e ações específicas para garantir tranquilidade ao eleitor no dia da eleição, incluindo o gerenciamento de riscos e, principalmente, em relação à acessibilidade e ao tempo médio gasto por cada eleitor na cabina de votação.
“Ao longo dos anos, o eleitorado tem aumentado e os locais de votação diminuído. Assim, estamos realizando a revisão desses locais, com foco na capacidade, adequação, segurança e acesso aos já existentes, bem como a identificação de regiões em que haja necessidade de ativar novos locais”, explicou o presidente do TRE-SC.
Paralelamente, a Justiça Eleitoral de Santa Catarina também possui um Plano de Gerenciamento de Riscos, com ações perenes. “Para gerenciar os riscos mais amplos, como clima, bloqueios de estradas, seguranças e até marés altas, repetiremos um modelo de sucesso. O Gabinete de Pronta Resposta centraliza a ação e reúne as lideranças das Forças de Segurança, Defesa Civil, Logística, Infraestrutura e outras instituições, garantindo uma resposta coordenada e imediata. É a união de esforços para garantir a fluidez do processo eleitoral”, detalhou Gonsalo Ribeiro.
Outra especificidade das Eleições de 2026 que relaciona aumento do eleitorado e tempo de votação é o fato de que serão eleitos seis cargos: deputado federal, deputado estadual, 1º senador, 2º senador, governador e presidente. “Vale lembrar que serão eleitos dois senadores, o que vai requerer ainda mais tempo do eleitor na cabine de votação”, reforçou o desembargador Civinski.
O momento do voto também foi abordado pelo corregedor regional eleitoral: “Nas últimas eleições tivemos um alto índice de abstenção. Assim, pretendemos incentivar o eleitor a contribuir no próximo pleito, entendendo a importância do seu voto para o país e para o dia a dia de todos nós”, afirmou o desembargador Carlos Roberto da Silva.
JE de Santa Catarina lança campanha de enfrentamento à desinformação eleitoral
Durante a coletiva de imprensa, a Justiça Eleitoral catarinense também lançou a campanha “Desinformação é coisa do passado”, uma iniciativa do Regional a partir do Comitê Gestor do Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação. A campanha visa contextualizar, capacitar e informar com ações planejadas até as eleições de 2026.
“Um dos temas centrais do debate eleitoral de hoje em dia é a desinformação, fenômeno que não é novo, mas que tem ganhado maior dimensão com as chamadas fake news, notícias falsas que podem ser difundidas rapidamente, não raro de forma orquestrada, sobretudo pelas redes sociais, que hoje fazem parte da vida de quase todo mundo”, apresentou Márcio Schiefler Fontes, presidente do Comitê Gestor de Enfrentamento à Desinformação do Regional e juiz substituto do Pleno do Regional.
O enfrentamento à desinformação eleitoral no âmbito da Justiça Eleitoral também foi destacada por Fontes, a partir da regra de intervenção judicial mínima no debate político. “O TRE de Santa Catarina não tem como objetivo principal punir, muito menos coibir a liberdade de expressão nas redes sociais. O objetivo principal do programa e do nosso Comitê é a redução dos efeitos prejudiciais da desinformação quando ela se volta contra a Justiça Eleitoral, contra o processo eleitoral, ou contra o sistema de votação”, explicou.
Por isso, os três eixos da campanha “Desinformação é coisa do passado” estão centrados em contextualizar, capacitar e informar. “A desinformação não é um problema exclusivo da Justiça Eleitoral. Muito pelo contrário, ela decorre do mundo cotidiano. E todas as pessoas na sociedade enfrentam, de algum modo, a desinformação. Nós somos apenas mais um. Contudo, na nossa função, é muito importante capacitar e informar para que esses efeitos não sejam deletérios ao próprio processo eleitoral”, afirmou Denise Schlickmann, coordenadora do Grupo de Apoio Técnico ao Comitê Gestor de Enfrentamento à Desinformação.
Assim, a campanha “Desinformação é coisa do passado” está estruturada em três fases. Na primeira, já a partir deste lançamento, foram publicados vídeos e posts em redes sociais, além do hotsite com materiais específicos para o enfrentamento da desinformação eleitoral, como notícias, spots de rádio, trilha de conhecimento e o guia “O que é Desinformação e como enfrentá-la: um guia da Justiça Eleitoral de Santa Catarina”. Além disso, três filmetes sobre desinformação foram apresentados durante o evento e estão disponíveis no hotsite.
A segunda parte da campanha tem ênfase na capacitação, com apresentação de ferramentas e técnicas de verificação de fatos. Para isso, uma série de vídeos educativos serão publicados no canal oficial do TRE-SC no YouTube, em março de 2026.
Por fim, a terceira fase é destinada ao enfrentamento da desinformação eleitoral, assim como o reforço de informações verdadeiras sobre o processo eleitoral, a divulgação de canais de denúncia e a expansão da campanha para rádio e televisão.
Texto por Aline Ramalho
Foto por Luciano Nunes
Assessoria de Comunicação Social