Ministro Fachin encerra Encontro Nacional destacando a missão e desafios do Poder Judiciário
Evento aconteceu nos dias 1º e 2 de dezembro em Florianópolis

O Judiciário cumpre sua missão ao julgar mais processos do que recebe e alcança índices acima do previsto nas metas nacionais estabelecidas para a otimização da Justiça a cada ano. Com essa constatação, o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, encerrou o 19.º Encontro Nacional do Poder Judiciário.
Realizado nos dias 1 e 2 de dezembro de 2025, o evento reuniu mais de 900 participantes de todo o país. Durante o encerramento, Fachin destacou que o Poder Judiciário brasileiro tem sólidas políticas e ações no âmbito da tecnologia da informação, sustentabilidade, equidade, infância, segurança pública, sistema carcerário e inovação, entre outros temas. “Que o diálogo continue a orientar nossas escolhas, aprofundando a cooperação entre o CNJ e os tribunais, aprimorando políticas judiciárias, práticas e serviços” disse.
O ministro ressaltou ainda que a magistratura deveria renovar o senso de responsabilidade, com um trabalho consistente e propósito comum. “Avançaremos ainda mais na construção de uma Justiça que corresponda às demandas da sociedade brasileira”, afirmou.
Quanto às dificuldades que o Judiciário deve enfrentar, Fachin destacou a violência como uma delas. Ao lembrar o caso da professora Catarina Kasten, assassinada em novembro na capital catarinense, ele disse que a violência é uma derrota da civilização. “Cada feminicídio é uma derrota coletiva. Vamos fazer a parte que nos toca. Sem receio e sem titubeio. Por Catarina e por todas, em todos os lugares”.
Fachin ressaltou que, apesar das dificuldades, não se deve perder “a capacidade de sonhar, planejar, diagnosticar e agir para superar essa e outras chagas que nos interpelam”.
Judicialização
No encerramento, o corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, também ressaltou o volume de processos na Justiça brasileira. “São atualmente 84 milhões de processos em tramitação, conduzidos por pouco mais de 18 mil juízes. Isso significa que cada magistrado brasileiro administra, em média, mais de quatro mil processos”. Para ele, esse montante mostra o acesso à Justiça aos cidadãos e cidadãs.
Campbell disse que o Judiciário enfrentará novos tipos de litigiosidade de massa, com dados em escala, e novas tecnologias. “Que reafirmemos a independência judicial em um mundo onde a desinformação desafia as instituições diariamente”.
O corregedor lembrou ainda a consolidação de políticas de justiça climática, de inclusão democrática, de acesso efetivo e de proteção dos direitos coletivos e difusos. “O futuro já começou — e o papel do Judiciário, em especial do CNJ, será decisivo para garantir que avanços tecnológicos se traduzam em avanços civilizatórios, e não em novos abismos”, afirmou.
O 20.º Encontro Nacional do Poder Judiciário será realizado no dia 30 de novembro e 1.º de dezembro de 2026, em Fortaleza (CE).
Fonte: CNJ


